Coreia do Sul fora do roteiro: descobertas e choques culturais que mudam sua forma de ver o país

A Coreia vai além do K-pop e da tecnologia. Veja mercados, cafés, costumes e choques culturais que transformam a experiência de viver lá.

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A Coreia que você não vê nos cartões-postais

Quando pensamos na Coreia do Sul, é fácil que venham à mente as luzes de Seul, os refrões grudentos do K-pop, os doramas que fazem a gente maratonar até tarde e a tecnologia que parece vir do futuro. Mas viver ou passar um tempo no país é perceber que existe uma Coreia mais silenciosa, feita de ruas estreitas, gestos de respeito e histórias que não cabem em um cartão-postal.

Este texto é um convite para você deixar o roteiro turístico na gaveta e se abrir para experiências que transformam não só a forma como você vê o país, mas também como você se vê dentro dele.

Lugares e experiências que fogem do óbvio

Todos lugares citados vivem no coração de Seul, uma cidade que respira modernidade, mas guarda cantos onde o tempo desacelera e que parecem existir só para quem decide sair do roteiro.

Bairros que parecem mundos à parte

  • Ikseon-dong: um labirinto de hanoks (casas tradicionais) reinventados como cafeterias intimistas, ateliês de cerâmica e lojinhas de design coreano. O contraste entre a arquitetura centenária e o toque moderno cria uma sensação de “tempo suspenso”.
  • Ihwa Mural Village: nas encostas de Naksan, esse vilarejo ganhou vida com murais pintados por artistas locais. É um lugar onde a arte não está só nas paredes, mas também nos pequenos cafés e nas varandas floridas.

Mercados onde a vida pulsa

  • Fugir dos famosos Gwangjang e Namdaemun para explorar mercados menores, como o Tongin Market, onde você troca moedas antigas por porções de comida caseira, ou o Majang Meat Market, o maior mercado de carnes do país, que mostra o cotidiano dos açougueiros e clientes locais.
  • Garak Market, menos turístico e mais voltado ao atacado, onde é possível ver o movimento frenético das madrugadas, quando caminhões descarregam toneladas de frutas, legumes e frutos do mar frescos.

Cafés e bares que contam histórias

  • Desde cafeterias que recriam a atmosfera dos anos 70 até bares escondidos no subsolo com música ao vivo e cardápios escritos à mão. Em bairros como Hongdae, Yeonnam-dong e Mangwon, cada porta pode revelar um universo diferente.
  • Nos pojangmacha (barracas de comida de rua), o aroma do tteokbokki se mistura ao do soju servido até altas horas, enquanto você e seus amigos dividem risadas e histórias que parecem ganhar um sabor especial sob a luz suave das tendas.

Experiências inusitadas

  • Relaxar em um jjimjilbang (sauna coreana), experimentando salas com temperaturas variadas, desde calor intenso até câmaras de gelo.
  • Participar de um noraebang (karaokê) com amigos coreanos, um dos passatempos mais populares do país.

Choques culturais que surpreendem

Silêncio no transporte público

  • Mesmo em metrôs lotados, a conversa alta é rara. Esse respeito ao espaço coletivo pode parecer formal no início, mas logo você entende como ele preserva uma sensação de calma no caos urbano.

A intensidade da rotina

  • Estudantes coreanos passam, em média, mais de 12 horas por dia estudando, incluindo as hagwons (escolas de reforço). No ambiente profissional, longas jornadas e reuniões pós-expediente são comuns, refletindo uma cultura de dedicação intensa.
  • Segundo a OCDE, a Coreia do Sul está entre os países com maior número médio de horas de estudo e trabalho por semana, algo que impacta tanto o estilo de vida quanto a saúde mental.

Comunicação além das palavras

  • A formalidade da língua coreana e o uso de honoríficos podem parecer complexos, mas até o jeito de oferecer algo com as duas mãos ou evitar contato físico em certas situações carrega significados profundos de respeito.
  • A linguagem corporal é sutil: um leve aceno de cabeça ou o ato de virar o rosto ao beber com alguém mais velho são sinais de consideração.

Etiqueta à mesa

  • Esperar que o mais velho comece a refeição antes de você, nunca fincar os hashis no arroz e oferecer ou servir bebidas com as duas mãos são gestos importantes.

Como essas descobertas mudam a experiência de viver no país

Ao se adaptar a essas nuances, você evita gafes culturais e abre espaço para conexões mais verdadeiras. Gestos simples, como respeitar a etiqueta no transporte ou usar honoríficos, mostram consideração e transformam a forma como eles se conectam com você.

Frequentar mercados de bairro ou cafés locais revela uma Coreia além dos arranha-céus e templos: feita de rituais cotidianos, como dividir um bingsu (sobremesa de gelo raspado) com amigos ou participar de um festival de rua.

Muitos programas de intercâmbio também oferecem experiências imersivas, como aulas de culinária, celebrações tradicionais como o Chuseok (Ação de Graças coreana) e visitas a templos. São momentos que ampliam o aprendizado e ficam na memória.

O verdadeiro mergulho cultural

A Coreia do Sul não cabe apenas em pontos turísticos ou guias da internet. Ela está nas conversas em Ikseon-dong, no silêncio do metrô, no convite inesperado para um churrasco coreano numa noite fria.

Se quiser viver o país de verdade, crie sua própria lista de descobertas. Quanto mais você mergulha nos hábitos e histórias, mais a Coreia também mergulha em você.

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